quarta-feira, 29 de abril de 2009

Entrevista com um profissional de Relações Públicas

ATIVIDADE COM O PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS

Como é a rotina de um profissional de Relações Públicas?
É “pauleira”. Comunicação é correria mesmo. O profissional em relações públicas tem que ter uma visão holística da organização. Não pode olhar apenas em uma direção. Tem também que conhecer o seu público interno, ter um relacionamento com a comunidade, com o governo. É necessário potencializar esses relacionamentos. Uma característica interessante do terceiro setor é que só agora as organizações estão potencializando o trabalho do Relações Públicas. Ele sempre ocorreu, mas de forma amadora. A comunicação é um processo integrado e deve ser feito por quem entende.

Como você encara o fato de profissionais de outras áreas exercerem o papel do Relações Públicas?
Há outros profissionais que teoricamente fazem o trabalho e muito bem. Jornalistas, por exemplo, fazem o trabalho. Mas é necessário entender que não são apenas textos, são estratégias. Eu vejo que funciona mais como um complemento. Por exemplo, recentemente li um artigo falando que as empresas criam blogs e que as pessoas expõem nele suas opiniões sobre os produtos. Quem pode monitorar essa relação do público com o negócio é o profissional de RP.

Então você acredita que seja realmente necessário o diploma para o exercício da profissão?
Acredito que sim, pois no curso há disciplinas especificas que fará ter um olhar diferenciado sobre os assuntos. Há uma grande diferença entre o que muita gente pensa ser um RP e o que realmente é. Para fazer cerimonial e eventos, realmente não é necessário um diploma, mas colocar essas pessoas em uma empresa para desenvolver o papel de Relações Públicas, é complicado. É claro que há pessoas que já estão muito tempo em uma organização e, por conhecê-la, desenvolve muito bem o papel, mesmo não sendo formado na área.
Nas últimas décadas a profissão de Relações Públicas obteve uma ascensão muito grande porque o mercado de trabalho ainda é tão restrito?

A grande questão é o desconhecimento do que faz a profissão. Isso ainda é uma mística pra muitas pessoas. Na medida em que se entra em uma organização e se tem capacitação técnica e que se começa a identificar problemas que não eram identificados e as pessoas começam a propor soluções para essas questões é a máxima do curso. Pequenas, médias e grandes empresas, muitas vezes, não têm a visão da importância da comunicação. A partir do momento que o profissional conquista seu campo e consegue propor soluções e mostrar resultados, as pessoas demandam mais do seu trabalho. É um espaço que deve ser conquistado.

É fundamental a existência da integração entre os profissionais de Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade ?

Com certeza. Comunicação não é só informar. O texto pode ser maravilhoso, mas se você quiser, por exemplo, uma mudança de comportamento, só o texto não será suficiente. Deve vir junto de ações que o complementem

A profissão do Relações Públicas teve sua ascensão no mesmo período que o surgimento da internet. Como você vê o casamento relações públicas/web? Acha que muda muita coisa?
Muda muita coisa. Quando se coloca, por exemplo, a empresa na rede virtual, você não tem noção do boca-a-boca, dos comentários em relação ao produto. O papel do Relações Públicas é monitorar essas opiniões que são colocadas ali, analisar este contexto e propor ações para melhora da imagem do produto. Jornalista, por exemplo, é um público forte, pois é formador de opinião. É interessante ver como o público percebe seu produto.

Com relação ao Conrerp qual é a importância dele na regulamentação do exercício da profissão ? Uma das resoluções do Conrerp diz que o profissional de R.P baseia seu trabalho aos princípios da “Declaração dos Direitos do Homem” como é que você encara essa questão trabalhando em uma ONG ?
O CONREP é um órgão fiscalizador da profissão. Em MG ele tem, em minha opinião, se fortalecido com palestras, debate. É necessário ainda agrupar mais os profissionais e se desenvolver. Quanto à Declaração dos Direitos do Homem a minha história de vida já me leva para esse caminho. Trabalhar em uma profissão que é regida por esse princípio e trabalhar ainda numa causa em favor do próximo é muita responsabilidade, não só técnica e financeira, mas impacta na vida, na comunidade. É algo realizador!

Sobre à Entrevistada :
Patrícia Bragança de Souza Santos formou-se em 2005 no curso de Relações Públicas pela faculdade Una e, desde então, trabalha no Fundo Cristão para Crianças.
Sobre o Fundo Cristão para Crianças :
Há 40 anos no Brasil atualmente , o Fundo Cristão para Crianças faz parte de uma aliança global de combate à pobreza que está presente em 31 países , onde cerca de 13,2 milhões de pessoas a partir de convênios com mais de 900 entidades.


Frases Marcantes da entrevista
O Profissional de Relações Públicas tem que ter uma visão holística da organização
O R.P deve conhecer seus públicos e, deve ter uma visão direcionada para analisar os relacionamentos com seu público para potencializá-lo.
A comunicação deve ser integrada.
Oportunidade tem você deve criar o seu espaço.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Entrevista com Laudívio Carvalho-Rádio Itatiaia.

Trabalho referente a disciplina Estudos Interdisciplinares da Comunicação, parte semi-presencial.

Entrevista com Laudívio Carvalho:

Parte 1:




Parte 2:

Bastidores do programa "Itatiaia Patrulha"

Vídeo com bastidores do programa Itatiaia Patrulha, do dia 16/04/09:

Perfil do entrevistado: Laudívio Carvalho-Rádio Itatiaia

Laudívio Carvalho
Repórter e comunicador da Itatiaia desde 1980. Iniciou sua carreira em Montes Claros em 1977, como repórter do "Diário de Montes Claros" e como locutor e repórter da Rádio Educadora. Posteriormente, foi apresentador dos jornais 'Aqui Agora' e 'Agora', da TV Alterosa, e, durante 2 anos, participou do 'Programa Sílvio Santos' entregando prêmios da Telesena. Atualmente, Laudívio é o apresentador do programa "Itatiaia Patrulha" das 17:05 às 17:55 e repórter policial da TV Bandeirantes Minas, no programa "Minas Urgente" a partir das 12:45.


Algumas perguntas feitas em off :


Flávia- Tem-se visto, nos últimos tempos, um grande aumento de violência contra as mulheres. Em sua opinião, qual o papel do jornalista perante tal situação?
Laudívio Carvalho- O jornalista tem o papel de cobrar das autoridades, mostrar os fatos que ocorrem. Tentar, através do microfone, conter tamanha violência.

Flávia- Por que você preferiu a rádio à televisão?
Laudívio Carvalho- O rádio tem magia. Na televisão, a imagem fala por si só; na rádio, seu único instrumento é a voz.


Frases marcantes ditas por Laudívio Carvalho durante a entrevista:


“Faço o que amo. Faço rádio.”

“É mais que paixão. É amor.”

“O salário não é alto, o ganha-pão vem da publicidade. Quanto maior a audiência do programa, maior será o número de anunciantes.”

Artigo Liberdade de Imprensa


Liberdade de imprensa é ter o direito de informar, de buscar a informação, de opinar e de criticar. É o direito que o profissional de comunicação social tem de usar a palavra e fazer circular livremente as informações. É o contrário de censura, que é própria de governos ditadores. Por isso é uma característica do Estado democrático. “Liberdade de imprensa é o direito de livre manifestação do pensamento pela imprensa; mas, como todo o direito, tem o seu limite lógico na fronteira dos direitos alheios. A ordem jurídica não pode deixar de ser um equilíbrio de interesses: não é possível uma colisão de direitos, autenticamente tais. O exercício de um direito degenera abuso, e torna-se atividade antijurídica, quando invade a órbita de gravitação do direito alheio. Em quase todo mundo civilizado, a imprensa, pela relevância dos interesses que se entrechocam com o da liberdade das idéias e opiniões, tem sido objeto de regulamentação especial”. ¹
No Brasil a liberdade de imprensa era proibida na época em que o país pertencia à Portugal. Em 1808 surgiu o primeiro jornal no Brasil, era “A Gazeta do Rio de Janeiro”, mas ainda não existia a livre atividade de imprensa. Logo depois, a primeira Assembléia Constituinte formulou a nova Lei de Imprensa, que consistia em dar liberdade à publicação, venda e compra de livros.
No dia 9 de fevereiro de 1967 foi promulgada a lei de número 5.250, que regularizou a liberdade de pensamento e de informação. A Imprensa Brasileira passou por períodos turbulentos de supressão da liberdade de imprensa e estágios prolongados de censura ostensiva o período mais critico se verificou na ditadura militar com o Ato Institucional nº5, de treze de dezembro de 1968, a partir desse documento o Presidente da República passou a agir com plenos poderes, reformando pessoalmente a Constituição e introduzindo a censura por simples despachos, como chegou a se verificar no momento em que a censura foi questionada pelo seminário “Opinião” no Supremo Tribunal Federal.
Muita coisa evolui, mas o fato é que a mais essencial das liberdades democráticas - a liberdade de imprensa - continua ameaçada e apresenta muitos pontos a serem discutidos a começar pela Lei de Imprensa, que hoje é um documento fora de contexto já que foi feito em 1967 e muita coisa nos meios de comunicação mudou de lá pra cá.
Associações voltadas para a luta pela liberdade de imprensa existem até hoje. No Brasil são os casos de, por exemplo, a Associação Nacional de Jornais – ANJ – e a Associação Brasileira de Imprensa – ABI – que desenvolvem ações para propor a liberdade de imprensa no Brasil, além de denunciar ameaças ao direito de informação. Esses órgãos ajudam a diminuir os crimes contra a imprensa e seus profissionais, mas é preciso ser feito muito mais. Para Laudívio Carvalho jornalista da Rádio Itatiaia não existe liberdade de imprensa e sim liberdade de empresa, ele afirma que nunca sofreu nenhum tipo de censura por algo que disse na rádio, segundo ele a linha editorial da Itatiaia da total liberdade a seus comunicadores. É preciso fazer uma reflexão sobre essa “liberdade de empresa” até que ponto ela limita o trabalho dos profissionais de comunicação e principalmente do jornalista que tem uma linguagem mais aberta com o publico.
1. Nélson Hungria, Comentários ao Código Penal, vol. VI, p. 261.
Moacir Pereira O direito à informação na Constituinte A democratização da Comunicação.